A TV Digital tem todas as condições de representar um novo paradigma nos produtos comunicacionais desenvolvidos a partir de diferentes perspectivas: a tecnológica, com a migração. do sistema analógico para o digital; a econômica, com a criação de novas possibilidades de serviços e negócios, assim como pela oferta de novos empregos e desenvolvimentos de novas habilidades; a social com a oferta de diversidade de conteúdos e inclusão digital ao utilizar a internet através do aparelho de TV e também pelas possibilidades de convergência tecnológica, e a comportamental, com a possibilidade de participação ativa das audiências do uso de diferentes níveis de interatividade na TVD. (BARBOSA FILHO & COSETTE CASTRO, 2009, p. 81). A TV tem suscitado muitos exercícios futuristas: videntes de todos os matizes ideológicos profetizam os prodígios que o brave new digital world nos vai presentear. Não obstante, essa alardeada TV não produziu até o presente momento mudanças significativas e é pouco prová- vel que produzirá num futuro tão próximo.(MACHADO, 2009, p.223).No mundo, a implantação e estudos sobre a TV digital começaram em meados de 1950.
Nesse contexto, experiências de interatividade já eram realizadas na Europa. Segundo (Becker, 2009, p.44), a interatividade deu-se com maior avanço na Itália e na Inglaterra com paradigmas diferentes. A Itália fez uma opção maciça pelo midlleware MHP, enquanto a Inglaterra optou por outros padrões de midlleware, destacadamente o MHEG. Porém, foi na década de 1970 que estas tecnologias ganharam mais impulso. Neste período, a economia mundial vivenciou um longo período de depressão, inflação, desemprego e especulação financeira, principalmente depois das crises do dólar (1971) e do petróleo (1974). A busca por uma reestruturação produtiva global (“acumulação flexível” 5 , “toyotismo”6 ou “pós-fordismo”7 ), sustentada pelas tecnologias digitais e microeletrônicas, foi uma das saídas encontradas para a crise. No Japão, o projeto econômico-industrial foi conduzido por uma sólida aliança entre o Estado e um cartel de grandes corporações industrial-financeiras (Zaibatsu), através de projetos financeiros, industriais e políticos com a Fuji, a Mitsubish e a Sony, entre outras. Por causa desses acordos entre estas corporações e o Estado japonês, metas de crescimento setorial com garantias de cumprimento puderam ser fixadas. Já na Europa, a iniciativa para a implantação da TV digital se fez diante de pressões de Radiodifusores Estatais, que buscaram uma liberalização e expansão da TV por assinatura utilizando o sistema Mac (Multiplexed Analog Components) para transmitir sua programação. A tecnologia européia (DVB) resultou de um acordo envolvendo as emissoras estatais de TV, as operadoras de telecomunicações, fabricantes de equipamentos e produtores culturais. Em seu modelo, os europeus consideram as condições geográficas e urbanas da maior parte do continente, além de pretender atingir audiência nos trens interurbanos e internacionais.
Enviar um comentário
Só publique comentários relacionados com o site